sexta-feira, 25 de março de 2011

MANIFESTO DE ALGUEM SEM NOÇÃO

CORRESPONDÊNCIA TEMPO QUENTE
Qual o problema do carro? Temos de ser bem representados lá fora! Ou será que o prefeito tem que andar de fusca só porque é do interior! Há algum prefeito da região com um carro inferior a este?
Tempo Quente: Prezada Viviane...
Em primeiro lugar quero adverti-la de que a Ilma: senhora ou senhorita deve ter acessado o blog errado, ou melhor, acredito que por não ser estudante (se o fosse seria uma aberração) tenha procurado uma fonte de informação não compatível com seu desenvolvimento intelectual.
A questão abordada pela matéria e fotos alusivas ao novo carro que foi comprado com o dinheiro do povo (independente do custo, quem está pagando por essa mordomia executiva, é o povo), não diz respeito ao status representativo ao qual, segundo a sua concepção, o nosso Ilmo. Prefeito empreendedor ACM teria direito, e sim, ao insulto que a compra desse veículo representa aos estudantes que lutam por auxilio transporte digno, aos pacientes que se sentem humilhados todas as vezes que buscam remédio na farmácia municipal, a desfaçatez com que o nosso povo é tratado por essa administração.
A Senhora, senhorita ou sei lá o que, demonstra nas poucas linhas do seu breve comentário que, além de não saber interpretar o que lê, ostenta ainda certo complexo, uma vez que alude de forma subliminar ao interiorano como sendo alguém com necessidade de mostrar-se igual ao cidadão urbano. Mas, voltemos à questão do Corolla comprado para uso exclusivo do executivo.
Para uma cidade que oferece aos seus munícipes um péssimo tratamento na área da Saúde, cuja Santa Casa está com as portas fechadas a mais de quatro anos, com péssimo transporte coletivo, onde os estudantes universitários têm que brigar todos os semestres para receberem migalhas a título de auxilio transporte e os pacientes tem que implorar para poderem fazer uso de ambulância, ou terem direito ao transporte para exames em outros municípios da região, a compra de veículos como o ônibus para a educação ou esse Corolla para o prefeito se apresentar como o “grande empreendedor sãomiguelense”, é um “tapa na cara” dos seus concidadãos.
Na comemoração dos 100 anos da Imigração Japonesa o então presidente da Câmara também investiu num luxuoso automóvel. Gostaria de ver esses dois caríssimos veículos no desfile de comemoração do aniversário da cidade.  Será que eles não se envergonhariam por essa ostentação de luxo e poder em comparação com a situação esdrúxula em que se encontra a saúde municipal? Quem vê autoridades de São Miguel chegando nesses carros em uma Secretaria de Governo não imagina como eles fazem com a saúde pública, e aqui, eu lhe devolvo a pergunta: Há alguma cidade do interior sem SANTA CASA, SEM MATERNIDADE E SEM HOSPITAL, na mesma situação em que se encontra São Miguel?
Veja e entenda minha cara Viviane, que para ser bem representado não é preciso cultura, sabedoria, como se isso fosse o essencial, mas apenas boa apresentação. Não adianta um político qualquer, descer de um carrão e proferir mentiras, expondo todo o seu interior. Não vai ser o carro que fará a representação que o povo tanto necessita, e sim o homem, mesmo que tenha viajado até o local de sua apresentação montado em uma bicicleta. Se o carro tem algum peso para que o nosso povo seja bem representado, o nosso prefeito deveria ter comprado um helicóptero no lugar do Corolla.
Para encerrar, reproduzo aqui, o comentário de outro internauta, que bem exprime o pensamento de todos aqueles que diferente de sua pessoa, sentem na pele o significado de não ser amigo de nenhum partícipe dessa administração:
“O problema não está no carro, mas no modo como ele prioriza sua administração. Primeiro gastou 520 mil num ônibus de pouquíssima utilidade, e agora aparece e não expõe na praça o seu luxuoso automóvel de 70 mil. Enquanto isso, o povo sofre nas filas de marcações de viagens para tratamento onde não existe qualidade no atendimento da saúde. Nunca se sabe o dia de amanhã e que esteja fazendo tudo bem certinho”. Obs. Preservada a fonte por não pensar como a Viviane, portanto, passível de retaliação.

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