sábado, 23 de abril de 2011

"ANOS DE CHUMBO"

“PARA QUE OS BRASILEIROS NÃO SE ESQUEÇAM, E OS COVARDES SE CALEM”
Poucos em nosso município, e até mesmo por esse Brasil a fora, sabem o que foi o Massacre dos Carajás. A pouco tempo atrás, inquirido sobre o tema, um jovem universitário redargüiu: “Seria por acaso o massacre dos índios pelos portugueses?”. Embora a maioria das pessoas diga não se interessar por política ou em saber sobre fatos como esse e que fazem parte da história recente do nosso País, decidi abrir espaço em nosso blog para uma série de matérias sobre um assunto que hoje, em virtude da apresentação da novela “Amor e Revolução” levada ao ar pelo SBT após as 22:00 horas, está na ordem do dia:  A Ditadura Militar no Brasil. Convêm esclarecer que o Massacre dos Carajás, não tem nada a haver, nem com índios e tampouco com a ditadura militar instaurada no Brasil após 1964.
 O Massacre de Eldorado dos Carajás foi a morte de dezenove sem-terra que ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, decorrente da ação da polícia do estado do Pará.
 Fico bastante indignado quando vejo “Filhos da Ditadura” aqui em nosso município, defendendo os militares e torturadores tendo como argumento, que eles defendiam a democracia e combatiam terroristas. Enquanto jovens como o saudoso Luiz Fogaça Balboni, o Zizo, militante morto pela ditadura deram a vida por um ideal, pela liberdade democrática, os jovens de hoje, sem nenhuma perspectiva de futuro neste município onde ainda existem resíduos de uma política coronelista, e dos vinte anos da ditadura militar, afrontam sua memória chamando-os de terrorista, sem conhecerem a verdade sobre esse período negro da nossa história.
 Se houve ação terrorista após a instauração do famigerado AI-5, é porque já não era mais suportável ver nossos amigos e parentes, desaparecerem sobre tortura nos sombrios porões da ditadura, desde 1964. A maior resposta para os torturadores e os militares que envergonharam as Forças Armadas, foi a eleição de LUIZ INACIO LULA DA SILVA, e agora de DILMA ROUSSEFF  como presidentes do nosso país.
Tenho certeza de que, os defensores do militarismo e detratores da memória dos nossos heróis como, Herbert de Souza, o Betinho, Francisco Julião dirigente das Ligas Camponesas, Sinval Pereira, militante do PCB, Aguiar Dias, ministro do extinto Tribunal Federal de Recursos, ZIZO e tantos outros companheiros da UNE (União Nacional dos Estudantes), fazem parte daquele grupo que diz não gostar de política. Saibam eles que "o nosso município é dividido em duas partes: aqueles que não gostam de política e aqueles que comandam os que não gostam de política.” Os que têm nojo de política são comandados pelos que não têm...
 Em 16 de março de 1973 o sorocabano Alexandre Vannucchi Leme foi levado preso e torturado. Amanheceu morto na cela x-zero do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna, o temido DOI-CODI. Ele tinha 22 anos e cursava o quarto ano de geologia da Universidade de São Paulo (USP)
 Fizeram oposição à ditadura militar através de debates, em manifestações públicas e movimentações clandestinas, o movimento estudantil (liderado pelas organizações estudantis UNE, UBEs e UEEs), movimentos sindicais metalúrgicos (como o de São Bernardo do Campo e Osasco-SP, e de Contagem, MG), ligas camponesas, luta armada (Ação Libertadora Nacional, Vanguarda Popular Revolucionária, Partido Comunista do Brasil). Certamente para os defensores da covardia, dos delatores, traidores e dos torturadores disfarçados de democratas, todos aqueles que participaram dos movimentos pró-redemocratização do nosso País, foram terroristas e aqueles que foram torturados, assassinados ou desapareceram, tiveram o que mereciam.

O BLOG TEMPO QUENTE ATRAVÉS DESTA SÉRIE DE MATÉRIAS RENDE SUAS HOMENAGENS AOS NOSSOS HERÓIS DA RESISTENCIA A DITADURA MILITAR INSTAURADA NO BRASIL DE 1964 ATÉ 1985, QUANDO COMEÇOU A TRANSIÇÃO DE VOLTA À DEMOCRACIA.