INSALUBRIDADE II
OS COLETORES DO SEU LIXO E OS RISCOS QUE ELES CORREM.
Obs. Matéria baseada em texto de Giulia Batelli e Jefferson Bispo
Correndo atrás do caminhão e segurando sacos de lixo, um coletor de lixo em Brasília, pulou no estribo cheio de cascas de banana e escorregou. Se em desenho animado essa cena só rende risada, na vida real rendeu ao servidor 11 dias de atestado pela sua perna machucada. Acidente é o que não falta na corrida diária da coleta de lixo. Todos os coletores de lixo em nossa cidade concordam que “o servidor que trabalha na coleta vive tenso porque é um trabalho perigos e o profissional tem que ter coragem e tem que estar precisando muito de dinheiro” conclui.
Em quase todos os municípios, os coletores de lixo usam luvas e as botas de borracha. As roupas, de malha. A reclamação mais freqüente dos coletores é a de que o uniforme que usam não é suficiente para protegê-los. “A gente merece mais proteção para trabalhar, devido ao serviço. A luva deveria ser de couro”, alegam os mesmos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Urbana no DF (SINDLURB), Marcio Luis de Sales, o uniforme dos coletores está de acordo com a lei. ”As luvas de couro só são usadas pelos coletores que fazem a coleta hospitalar por esse lixo ser mais insalubre. Para os coletores de lixo domiciliar, tem que ser emborrachada para dar mobilidade”, alega Sales. Ainda aponta que as pessoas precisam se conscientizar “quando forem armazenar seu lixo para que não aconteça algum tipo de acidente com os trabalhadores.”
Há situações em que não basta estar protegido, é preciso que o profissional esteja atento. Existem casos em que o servidor perdeu o dedo no compactador do caminhão. Existe o relato de que um coletor de lixo de outro município que era acostumado a andar com uma das pernas na parte de dentro do caminhão até o momento em que se descuidou e a perdeu, e olha que nesses municípios são feitas palestras sobre precauções para evitar esses tipos de acidente, mas mesmo assim os coletores acabam se machucando “no anseio de fazer o serviço logo, ou por falta de atenção.”
O conteúdo dos sacos de lixo também é perigoso. No pronto-socorro de cirurgia e de clínica em CEILÂNDIA-DF, um coletor que, segundo relato, deveria ter por volta dos 20 anos apresentava uma “lesão perfuro contundente.” Segundo informações do próprio, ele havia pegado sem luva grossa de proteção, um saco de lixo com “um espeto de ‘churrasquinho de gato’ que trespassou sua mão entre o 2° e 3° dedos.”
O salário não é, nem de longe, atraente para os coletores, mas alegam que não há muita escolha. Wellington comenta que “pelo preço que as coisas estão hoje, (o salário) é pouco. Pelo serviço que fazemos, deveríamos ganhar mais”. OS COLETORES DO DF RECEBEM 714 REAIS POR MÊS. SENDO QUE: 510 SÃO, DE FATO, O SALÁRIO E 204 REAIS DE INSALUBRIDADE.
Apesar de saber do perigo da profissão, os coletores de lixo afirmam que é melhor do que ficar desempregado. E, um deles ainda acrescenta: “Se hoje eu tivesse 18 ou 20 anos, eu procuraria outra profissão, mas como estou mais velho nem tenho idéia do que faria. Mas eu tenho vontade de estudar. Eu quase terminei o segundo grau, mas o serviço nunca me deixou terminar de estudar. O tempo é muito curto.”
O nome do profissional é coletor de lixo. Lixeiro, apesar de ser popular, carrega um sentido pejorativo para esses funcionários. “Tem a discriminação”, complementam. Alguns coletores se indignam porque tem pessoas que saem correndo de perto deles. “Tem pessoas que reconhecem o nosso trabalho, mas têm outras que não. No local de pessoas civilizadas, elas vêem como um trabalho digno. Elas reconhecem e, no fim do ano, retribuem com uma cesta básica, uma quantia em dinheiro. O coletor ainda acrescenta que “as pessoas de baixa renda”, como “as empregadas do lar”, jogam o lixo em vez de entregar em mãos. “Não sei se eles têm medo da gente ser bandido disfarçado”, refletem. Quando alguém pergunta qual a profissão deles, eles respondem que trabalham na coleta. Por não ser o termo mais comum, “tem gente que pensa que é a coleta de dinheiro da Igreja”, dizem sorrindo.
Obs. Tempo Quente: Para informação aos coletores de lixo e Motoristas das ambulância do nosso município no que diz respeito ao direito a periculosidade e insalubridade - Direito Adquirido: é um direito fundamental, alcançado constitucionalmente, sendo encontrando no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, bem como na Lei de Introdução ao Código Civil, em seu art. 6º,§ 2º. A Constituição Federal restringe-se em descrever, in verbis:
“A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
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