domingo, 13 de fevereiro de 2011

IGREJA POLÍTICA


PSEUDO-EVANGÉLICOS

Os pseudo-evangélicos, eleitos vereadores em diversos municípios da região, inclusive no nosso, verdadeiros enganadores dos crentes neófitos da fé, estão vendo desabar sua credibilidade junto ao povo. É lógico, conseguem se eleger fazendo promessas em suas igrejas, ao rebanho, comprometendo-se a trabalhar em prol da comunidade. Assim, como qualquer outro edil, não cumprem nada do que dizem nas suas campanhas e mais ainda, aprendem a fazer o jogo político da tramóia para obter benefícios próprios. Então vejamos: Os edis de São Miguel Arcanjo, se reúnem para simplesmente decidirem quem será o novo presidente da Casa de Leis de acordo com os desejos do executivo, ou seja, o trio do amém continua correndo atrás dos seus interesses particulares, aceitam a intromissão do executivo até na hora da votação.
O vereador Hélio K. Mori eleito presidente da câmara, ainda foi claro em seu discurso dizendo que não era candidato. Ouvindo a gravação da sessão em que ocorreu essa eleição, percebemos claramente que o lado do trio do amém não é o lado do povo. Quando falam de Deus ou citam o nome de Jesus o colocam também contra esse mesmo povo? Será que são verdadeiros ou falsos? Tentam passar uma imagem de que não são interesseiros, será?
Geralmente, em todos os municípios encontramos político-evangélicos que agem desta forma. Não cumpre o acordado com o próprio partido, é submisso e submete-se a dizer amém para o patrão. Quando o vereador além de político é servidor municipal, com rara exceção se mantém com firmeza de caráter e personalidade perante os obstáculos, e não se ajoelha para quem quer que seja. Um verdadeiro evangélico quando eleito vereador, não se intimida e trabalha pelos interesses do povo, não faz demagogia, principalmente quando vai à tribuna.
Aprenderam estes ditos político-evangélicos a fazer politicagem de forma despudorada. Quer dizer, no púlpito se prega o certo, fora dele faz-se diferente, como a dizer, “faço o que digo, não faça o que faço”. Assim pregam um evangelho pirata, isto é, não aquele que o Senhor Jesus ensinou. Como diz Casoy: “É uma vergonha”.
Mas não se restringe apenas aos evangélicos o demérito de ostentar em suas fileiras, “lobos vestidos em pele de cordeiro” e outros que fecham os olhos para os desmandos em nome da fé. Em São Miguel Arcanjo, até mesmo o representante “mor” da igreja católica parece estar submisso as vontades políticas emanadas da administração. Se não, vejamos...
No inicio do seu “mandato” eclesiástico, o nosso pároco em suas homilias parecia estar preocupado com a situação da saúde no município, e com o fato da Santa Casa estar fechada. Se mostrou preocupado com o mau atendimento aos doentes do seu rebanho e de não estar nascendo mais nenhum “cordeirinho” em nossa cidade para aumentar seu ovil. Permitiu até que seus fiéis se manifestassem a respeito, através de um abaixo-assinado pedindo soluções ao “grande prefeito empreendedor”. Hoje, ninguém sabe o que aconteceu, que o “santo padre” só pensa em reformar a igreja matriz, algumas capelas nos bairros e participar vez ou outra, de jantares com alguns membros da elite sãomiguelense, enquanto a Santa Casa continua fechada, e as “ovelhinhas” nascendo no redil alheio.
Apesar de tudo, seria um tremendo engano afirmar dispensável a atuação de vereadores nos municípios brasileiros. Os municípios, no Brasil, não são meros entes administrativos. São ente federativo e, como tal, capaz de produzir leis e exercer diversas outras competências em nível local que influem, e bastante, na vida de seus cidadãos. Todo esse poder não deve ficar concentrado apenas nas mãos do prefeito. Deve ser, e muito, repartido com representantes da sociedade, a quem cabe também a fiscalização do exercício desse poder. Esse é o papel do vereador.
Se o representante da sociedade, o vereador, é ruim, é porque a sociedade também é ruim. Um é expressão do outro. Se ainda temos vereadores que deixam a desejar, é porque a sociedade também ainda deixa a desejar. O exercício da democracia é que fará isso ir mudando aos poucos. A democracia ainda engatinha em nosso município e no país.